Aqui no blog

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Confissões e Confusões.




Você acorda numa manhã, do nada descobre quê, de uma hora para outra ficou de mal com o mundo.

Sente preguiça, cansaço, indisposição e cria um pé de briga até com o pão francês do seu café da manhã. Sente uma vontade de xingar o mundo e mandar todo mundo ir catar coquinho, ou ver se você está na esquina. Fica sarcástica, descobre um humor negro brotando na suas entranhas. Lembra-se que tem que estudar, pegar ônibus com pessoas chatas e aturar sua irmã mais velha.
Sai de casa torcendo para que a terra te engula, e que aquela coleguinha, meiguinha feliz com a vida e boazinha, que geralmente te trata com tanto carinho, não tenha a infeliz idéia de vir na sua direção com comentários bobinhos, ou beijinhos carinhosos.

Chega na escola atrasada, ofegante e suada.. E nem um pouco afim de estudar. Se alegra um pouco de encontrar os amigos, mais está tão irritadiça que nem eles conseguem mudar seu humor mórbido.

Já na volta pra casa, você espera o ônibus e impacienta-se com a espera. Inclusive, com qualquer olhada descompromissada do povo andando ou parado na rua.
Você reclama sozinha do ônibus que ainda não chegou.
Quando chega, você reclama do trajeto e das paradas que o mesmo faz para pegar as pessoas no ponto.Se irrita com os zumbidos e conversas nos celulares e colegas de trajeto, e reza para que seu ponto de saída chegue o mais rápido possível, mas lembra-se, que logo terá que fazer a caminhada até a porta da sua casa.

Abre a porta de casa e a da geladeira, descobre que comeria até um caminhão de coisas gostosas disponíveis, como: torta, bombons, pizza, refrigerante. Mas pensa no pastel, na coxinha e em tudo aquilo que sua mente poderia imaginar e o estômago agüentar.

Toma um banho, leva horas escolhendo uma roupa, e passa horas no espelho, olhando: peitos, barriga, perna e bunda, entretanto promove uma discussão com o cabelo e tudo mais que está ligado a sua beleza.

Depois volta para as viagens de humor alterado. Chora pelo que não sabe, descobre que a vida é chata, que o dia está uma merda e que mais irritada do que está seria impossivel ficar.

Sente um vazio, uma saudade de denguinho e aos poucos a raiva se transforma em carência. Despeja mais uma vez um bocadinho de lágrima e pensa rápido: Por que será mesmo que estou chorando?

Vê uma novela ridícula e a cena mais bizarra se torna romantica...

Aí, o estado de humor se altera de novo, você se irrita pela bagunça do quarto, pelas desordens dos CDs, pela comida e tudo que está em perfeito estado. Vai para o quarto, e se tranca, enclausurada, dentro dele e dentro de você mesma.

Tem vontade de gritar alto e expulsar os malditos pensamentos. Olha para o celular, pensa em várias pessoas que poderia ligar, mas dá um tempo...Se tivesse namorado já teria matado o coitado, seria uma fileira de briguinhas chatas e cretinas, só para ouvir a voz calma e a tentativa de paz: "O que foi meu amor?"
E a resposta mais complexa de todos os tempos:"Não sei!!!!" sniff sniff

Depois de horas e horas, aprisionada pela incompetência de nem saber o que está lhe deixando atordoada, você descobre que a culpa é única e exclusivamente da filha da puta e desgraçada, chamada: TPM.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Menina Mulher


...de tardezinha essa menina se namora, se enfeita, se decora, sabe tudo, não faz mal... [Elis Regina]

Encanto-me com essa alma de menina:
Sapeca... doce... inocente...
Assusto-me com essa alma de mulher:

Fria... sórdida...mortal...

Dois lados que se ligam em função de equilibrar a existênia.

A ingenuidade das palavras, dos gestos e conceitos. Toda graça de menina encanta, ilumina, apaixona...

Mais a mulher que habita a outra metade deste corpo, sempre apela para a razão e tem medo de tudo que não pode controlar.

Essa mulher de salto alto e maquiagem se sente sedutora, sorri graciosa... Mais por dentro é só uma menina com medo do escuro.

Menina ou Mulher, ambas convivem no conflito diário que é pensar e existir... Raciocinar e agir... Lutar ou Fugir...

Muitos passam a vida em função de se achar, se descobrir, se acertar...

Enquanto essa alma de menina não se perde... não se acha.. não se procura.

Toda doçura de ser, esta exatamente na confusão que é perder-se, desencontrar-se, desprender-se da perfeição...

E essa alma de mulher crescida, dona de si, quer sempre encontrar-se... preencher vazios... organizar a vida...

Essa contradição se funde causando alvoroço, confusão, inconstancia, emoções extremas... violência...

Mais logo a ternura volta, adocicando... conquistando.

Essa é a essência de Menina Mulher.

Você a ama. Você a odeia. Mais você nunca consegue esquece-la, pois ela te leva aos seus extremos!