(Buenos Días... Sábado 9:00 hrs AM)
Mônica acordou diferente aquela manhã.
Abriu os olhos, e notou que a claridade do sol já entrava em seu quarto sem pedir permissão.
O primeiro pensamento que lhe veio a cabeça: "hoje não será um dia bom"
Ela nunca foi uma pessoa negativa, pelo contrário. Sempre foi entusiasmada com a vida...Sempre com uma mania tão dela de querer abraçar o mundo... de viver... de sentir...
Mas hoje Mônica estava diferente.
Levantou e olhou-se no espelho de seu quarto.
Quem era aquela moça refletida ali?
Com aqueles olhos vazios e o rosto tristonho.
Definitivamente ela não se reconheceu...
Seria tudo culpa da sua auto estima? Ou da falta dela?!
Precisava sentir-se bonita, quem sabe assim a dor sumiria de vez.
Tomou um banho demorado, maquiou-se como nunca, passou um pouco daquele seu perfume caríssimo de ocasiões especiais... e olhou-se novamente no espelho.
Pra sua surpresa, outra vez, não se reconheceu...
Quem era aquela mulher sedutora ali?
Onde estava aquela menina que colocava presilhas de borboletas nos cabelos, adora roupas coloridas, achava que o mundo era lindo e que todas as pessoas tinham seu lado bom?!
Mônica desconfiou naquele instante, que talvez aquela menina tenha ficado no passado.
Pegou as chaves e a bolsa, e saiu pra se encontrar com ninguém. Talvez, pra se encontrar com ela mesma. Quem sabe?!
Andando nas ruas, notou os olhares masculinos de cobiça, as piadinhas sacanas, todas as atenções voltadas pra ela.
Era realmente isso que ela queria?
Foi pra atrair a atenção dos outros que se arrumou tanto?
Mas isso é tão pouco...
Sentou-se no banquinho da praça onde outrora brincou feliz com seus amigos de infância. Sentiu saudades daquela época.
Olhou as pessoas que passavam, os homens que a olhavam... Mas nenhum deles queria saber o quanto ela era inteligente, ou no quanto ela gostava de crianças e chocolate. Tudo o que eles queriam era o que ela não era. Aquela mulher que não era ela.
Mônica percebeu enfim, que no que ela queria que acreditassem, nem ela acreditava realmente...
Levantou-se do banquinho confortável e voltou correndo pra casa.
Jogou a bolsa e as chaves na cama, e lavou toda aquela maquiagem e aquela personalidade que não era dela...
Colocou as presilhas de borboleta e a blusa rosa delicada... Isso sim fazia parte dela.
E ela percebeu, que naquele dia, precisou ser outra pessoa para ver o quanto era bom ser ela mesma.
Às vezes, queremos tanto ser outra coisa e passar uma imagem diferente, mas ninguém nos entende tão bem quanto nós.
"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é." [Caetano Veloso]
P.S: dedico esse texto ao meu amigo Robson, que um dia me perguntou se tinha algo sobre ele no meu blog.
Não meu amigo, sobre vc não tem. Mas tem sobre o que vc me faz sentir.
Obrigado por acreditar em mim, mas do que eu acredito. E obrigado por me fazer sentir-se melhor do que eu realmente sou. Por sua culpa, eu me sinto tão perfeita quanto vc me descreve.
Música que aconselho a escutar com o texto: Coldplay - Fix you
Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso.
Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa.
Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir.
Preso ao contrário.
Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
Quando você perde algo que não pode substituir.
Quando você ama alguém, mas acaba desgastando.
Pode ser pior?
Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu tentarei te consertar
Bem no alto ou bem no fundo.
Quando você estiver tão apaixonada para deixá-lo ir.
Se você nunca tentar, nunca vai saber.
O quanto você vale.
Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu vou tentar te consertar
Lágrimas rolam no seu rosto
Quando você perde algo que não pode repor
Lágrimas rolam pelo seu rosto
E eu...
Lágrimas rolam pelo seu rosto
Eu te prometo que vou aprender com meus erros
Lágrimas rolam pelo seu rosto
E eu...
Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer teus ossos
E eu vou tentar te consertar
Um comentário:
Sermos nós mesmos... sermos o outro...
A graça da vida: a mutação.
Porque só valorizamos o que não temos... o que está longe, mesmo que isto seja nós mesmos.
=**
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